Quando falamos em espaço de armazenamento, seja de celular ou outro dispositivo eletrônico, como um computador, falamos em disco rígido, sólido, ou mesmo memória flash.

Esses componentes estão no nosso dia a dia, então que tal entender melhor sobre os dispositivos de armazenamento para saber exatamente qual usar e como a tecnologia vem evoluindo ao longo dos anos?

Não são memórias ROM

Ao contrário do que alguns possam pensar, HDDs e SSDs não são memórias ROM. E essa é uma tecnologia que, apesar da sua evolução constante, está presente desde 1956.

Memórias ROM não costumam ser alteradas facilmente e guardam informações essenciais sobre sistemas e hardware. Isso torna o boot possível, por exemplo, e ainda evita que um usuário mais leigo torne um dispositivo inutilizável de forma permanente ao gerenciar arquivos extremamente sensíveis.

Qual o primeiro HD do mundo?

(Imagem: prozla/VisualHunt)

O primeiro HDD surgiu na década de 50, e estava longe de ser compacto: do tamanho de duas geladeiras, ele podia armazenar 5 MB de dados, e seu desenvolvimento custou US$ 50 mil. Um preço, àquela época, fora de cogitação para qualquer que fosse o poder aquisitivo do eventual consumidor doméstico — mercado que só veio surgir algumas décadas depois.

O RAMAC 305 System era o computador que equipava esse disco rígido, e era tão gigantesco e denso que pesava uma tonelada. O aparelho, e seu poder de armazenamento, chegou a ser usado nas Olimpíadas de Inverno nos Estados Unidos, em 1960. Foram produzidas mil unidades, e, em vez de ser colocado para venda, o nada discreto computador era alugado para empresas desde àquela época interessadas em aplicações computadorizadas para suas indústrias.

A revolução do HDD SATA

Os HDs comercialmente disponíveis e mais populares podem ser classificados entre HDD, SSD SATA e SSD NVMe. 

O HDD SATA, um dos mais comuns, surgiu nos anos 2000. Mais rápido e com maiores capacidades de armazenamento, HDs desse tipo trazem consigo realmente discos rígidos com dados graváveis a partir de uma agulha — como um reprodutor de vinil ao tocar música.

Se você é um pouco mais velho, já pode ter se deparado com a execução de uma tarefa pesada em um computador antigo, como transferência de grandes volumes de dados, que provocaram ruídos no computador. Isso era o sistema rotacional, calculado em RPM (rotações por minuto), dando conta de gravar ou acessar dados contidos nesse tipo de HD.

(Imagem: Reprodução/Envato)

Os HDs SATA foram uma das tecnologias de disco mais escalonável até hoje: se no início de sua vida discos de 20 GB eram as maiores opções disponíveis, hoje se encontra modelos com 18 TB de capacidade. Esse padrão, porém, vem abrindo espaço — ou sendo combinado — com os SSDs.

Os SSDs

Diferentemente dos HDs SATA, os SSDs são discos sólidos — não rígidos. Isso quer dizer que em vez daquele mecanismo físico de escrita, temos aqui um tipo de memória eletrônica, com o armazenamento sendo feito em pequenos módulos em um circuito integrado.

(Imagem: Reprodução/Extreme Tech)

A tecnologia por trás desse tipo de armazenamento foi inventada nos anos 80, mas sua viabilidade comercial se deu a partir dos anos 10 modernos. Eles são mais leves e muito mais rápidos — se HDDs não ultrapassam os 600 MB/s nas melhores situações, aqui temos operação na casa dos 7 GB/s em modelos mais robustos, já com planos ainda mais ambiciosos para o futuro próximo. Mas, como tudo sempre tem um custo, eles são bem mais caros.

O formato compacto e o baixo peso colaborou para que notebooks pudessem ficar menores e mais leves. Os preços geralmente são de 2 a 4x maiores que um disco HDD de mesma capacidade. E por mais que a indústria avance para tornar o custo x benefício maior, esses dois formatos de discos de armazenamento podem conviver pacificamente — e se ajudarem.

Por exemplo, um SSD de menor capacidade pode armazenar o sistema operacional e programas mais pesados — e graças a isso realizar o boot e abrir os referidos programas a uma velocidade espantosamente mais rápida —, enquanto um HDD de grande capacidade pode ser agregado à máquina para armazenar arquivos como fotos, documentos e vídeos, que não são acessados com tanta frequência ou não exigem taxas de transferência na casa dos gigabytes por segundo.

Os SSD NVMe

As memórias de armazenamento NVMe são uma espécie de SSDs, mas se aproveitam da conexão PCI Express dos computadores para atingirem velocidades ainda mais altas de transferência. Graças a isso, todo o potencial mencionado de taxas acima dos 6 GB/s pode enfim ser alcançado, diferente do que acontece nos modelos de SSD SATA.

(Imagem: Divulgação/Western Digital)

Note que originalmente esse slot das placas-mãe era dedicado para GPUs, pois o componente de vídeo lida com um volume gigantesco de informações, por isso precisa de uma interface capaz de fornecer largura de banda generosa para fluxo de recebimento e envio de dados.

Claro, eles não cobram barato por essa tecnologia, por isso chegam a ser mais caros até que os SSDs conectáveis via SATA. São, porém, o que há de mais moderno e ágil para o usuário doméstico atualmente.

O maior disco para armazenamento do mercado

Apesar de serem bem mais caros que os HDDs, são os SSDs que detém o título de maior capacidade de disco do mercado. Em abril deste ano foi alcançada a marca de 100 TB disponíveis em um único componente. A um preço nada amigável de US$ 40 mil.

Com a evolução da indústria, é questão de tempo até esse recorde também ser quebrado — tanto para o armazenamento como para o preço comercial.

E você, sabe qual ou quais armazenamento seu computador usa? Está se preparando para fazer upgrades? Cabe destacar que você não precisa optar por um único tipo, combinando as diversas tecnologias disponíveis — isso é, quando compatíveis com o seu setup!

*canaltech