O isolamento social deixou a todos ainda mais dependentes da internet, seja para se informar, se conectar com família e amigos ou mesmo para realizar compras e evitar sair de casa. O Google percebeu a mudança de comportamentos do brasileiro, e, segundo, o presidente da empresa no Brasil, Fabio Coelho, os novos hábitos adquiridos durante a pandemia irão ditar aspectos do “novo normal”.

“Em 10 semanas, a pandemia forçou uma transformação digital que poderia demorar anos. As empresas agora precisam estar presentes na internet, criando e-commerces, se cadastrando no Google Maps. Quando voltarmos ao normal, estar presente será questão de opção.”

Coelho disse ainda que vê na tecnologia uma grande ferramenta para a inclusão social, e que há no Brasil um descompasso entre setores da população e empresas já inseridas no mundo digital. Há outra parcela que ainda está longe de atingir este estágio. “O futuro já chegou e não está bem distribuído no Brasil.”

Quanto aos novos hábitos dos brasileiros, ele diz que a empresa conseguiu identificar três fases da quarentena, cada uma com comportamentos específicos da população. 

“Em um primeiro momento as pessoas buscavam informações sobre álcool em gel, sobre como se proteger, se preparando para enfrentar a pandemia. Depois houve a fase das primeiras vezes, onde analisamos que as pessoas dentro de casa precisavam adotar outros hábitos, o que resultou em 16% das pessoas pedindo comida pela internet pela primeira vez e 11% compraram celulares via web pela primeira vez. A terceira fase foi quando perceberam que a quarentena seria um período prolongado, então começaram as pesquisas sobre corte de cabelo em casa, sobre como fazer pão, e 68% dos usuários compraram vinho pela internet no período.”

Jornalismo com credibilidade

A pandemia vem sofrendo também com enxurrada de fake news, e o Google, como o maior buscador do planeta, segundo seu presidente no país, vem se engajando em combater a desinformação, adotando práticas de checagem e dando prioridade para notícias de veículos confiáveis. 

“Contra as fake news, combatemos desinformação e negacionismo com informações de qualidade, então valorizamos conteúdo de caráter jornalístico vindo fontes com credibilidade. Também trabalhamos com empresas de checagem para mostrar o que há de mais relevante e crível circulando pela internet.”

Coelho ainda explica que o Google criou um fundo emergencial de apoio ao jornalismo em que a empresa ajuda 800 jornais pequenos, especialmente no interior do Brasil, uma maneira que a empresa encontrou de manter vivo veículos de informação relevantes mas que tem dificuldade de se manter durante a pandemia.

*CNN