O Facebook anunciou nesta quarta-feira (8) a remoção de contas e páginas relacionadas a assessores da família Bolsonaro.

Segundo comunicado divulgado pela rede social, as investigações envolvem “comportamento inautêntico coordenado no Brasil a partir de notícias na imprensa e referências durante audiência no Congresso”. 

Isso, segundo a rede social, quer dizer que “grupos de páginas ou pessoas atuam juntas para enganar os outros sobre quem eles são ou sobre o que estão fazendo”. Isso pode ser feito por motivos políticos, ideológicos ou comerciais. De acordo com a empresa, as postagens não precisam ser necessariamente falsas.

Ainda segundo o comunicado, as investigações encontraram ligações de pessoas associadas ao PSL e a “alguns funcionários nos gabinetes de Anderson Moraes, Alana Passos, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro”.

A ação do Facebook contra o “comportamento inautêntico coordenado” também atingiu outras contas nos EUA, Canadá, Ucrânia e Equador. Trata-se de uma reação da rede social à perda de anunciantes, que têm pressionado o Facebook a tomar medidas concretas para impedir o avanço do que consideram como discursos que incentivam o ódio e a desinformação. 

Procurado, o PSL disse que “não é verdadeira a informação de que sejam contas relacionadas a assessores do PSL, e sim de assessores parlamentares dos respectivos gabinetes, sob responsabilidade direta de cada parlamentar, não havendo qualquer relação com o partido.”

Ainda segundo o partido, “os políticos citados, na prática, já se afastaram do PSL há alguns meses com a intenção de criar um outro partido, inclusive, tendo muitos deles sido suspensos por infidelidade partidária. Ainda, tem sido o próprio PSL um dos principais alvos de fake news proferidos por este grupo.”

O deputado estadual Anderson Moraes (PSL-RJ) afirmou que a medida do Facebook é um “atentado à liberdade de expressão” e que vai processar a rede. O deputado diz ainda que diversos funcionários de se gabinete tiveram páginas derrubadas e que eles não faziam nenhuma atividade ilegal; apenas disseminavam a sua ideologia.

Em nota, o senador Flávio Bolsonaro disse que “o governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio popular nas ruas e nas redes sociais e, por isso, é possível encontrar milhares de perfis de apoio. Até onde se sabe, todos eles são livres e independentes.”

Ainda segundo o senador, “pelo relatório do Facebook, é impossível avaliar que tipo de perfil foi banido e se a plataforma ultrapassou ou não os limites da censura. Julgamentos que não permitem o contraditório e a ampla defesa não condizem com a nossa democracia, são armas que podem destruir reputações e vidas.”

*CNN