No que está sendo considerado o maior vazamento de dados já registrado na história do país, mais de 220 milhões de brasileiros, vivos ou que já morreram, tiveram seus dados pessoais vazados, informou a empresa de cibersegurança PSafe.

Walmir Freitas, diretor da área de cibersegurança da Kroll, empresa de gestão de riscos e investigações corporativas, explica que houve uma explosão de vazamentos de dados nos últimos meses.

“O vazamento de dados é uma preocupação muito grande para as empresas, que, agora com a LGPD, ficam sujeitas a multas que podem chegar a R$ 50 milhões. Pensando nisso, os golpistas oferecem uma espécie de resgate, que apesar de ser um valor alto, não se compara ao preço da multa”, diz. ” A orientação, nesses casos, é sempre procurar a polícia.”

Segundo o advogado Henrique Rocha, da PG Advogados, a vítima de um vazamento na internet deve coletar todas as provas para provar a obtenção de dados pessoais e bancários sem autorização.

“Por meio de algumas ferramentas, o usuário consegue extrair um relatório do que aconteceu – seja uma consulta no Serasa, a resposta da Anatel sobre linhas vinculadas a um determinado CPF, uma carta de cobrança indevida ou qualquer outro documento desse tipo. Além disso, se a pessoa recebeu ou clicou em links suspeitos, isso também conta como um indício”, afirma.

Após reunir as provas, o advogado orienta que a pessoa vá até uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência, a fim de garantir que o crime seja investigado e os envolvidos sejam identificados e devidamente punidos.

Rocha ressalta, no entanto, que apesar de todo o esforço das autoridades, uma vez que um dado pessoal é divulgado na internet, é muito improvável que ele seja removido por completo.

Mesmo que se faça uma investigação nos principais buscadores, isso contempla apenas a camada superficial da internet. Na deepweb, a camada submersa da internet, uma vez localizados os dados, não é possível removê-los pois eles se encontram em um ambiente indexável.

“Em tese, isso significa que, infelizmente, as informações podem continuar sendo compartilhadas e vendidas sem que haja qualquer controle sobre isso”, diz Rocha.

*R7